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O GVCS e a realidade da agricultura familiar brasileira
  • Amigos,

    Esta discussão teve origem em um e-mail que enviei ao Elifarley, que sugeriu que seria interessante abrir o assunto aqui no forum.

    Apesar de trabalhar "na cidade", vivo em uma pequena chácara nos arredores de Brasilia, onde aplico os princípios e técnicas da permacultura (horta, cultivo de grãos, agrofloresta, captação de agua da chuva, utilização de energia solar etc).

    Tenho procurado uma forma de me envolver mais com o OSE, inclusive para construir alguma das ferramentas do GVCS. Mas confesso que está dificil de escolher algo para me aprofundar. Sinto falta no OSE de projetos de pequena escala, que fizessem sentido em uma pequena propriedade rural familiar, por exemplo.

    As tecnologias principais do GVCS me parecem "superdimensionadas" para as minhas necessidades. Por exemplo, raramente uso serviço de trator. Até mesmo um microtrator seria utilizado pouco. De fato, uma vez que a terra esteja preparada, e com utilização de técnicas de plantio direto, arar a terra poderia ser até prejudicial. As ferramentas mecanicas mais utilizadas na chacara são uma roçadeira a gasolina e um cortador de grama. Talvez uma motoserra fosse útil no manejo da agrofloresta. No entanto, não existe no GVCS projetos para estas ferramentas pequenas.

    Algum participante deste forum tem experiência com a agricultura familiar no Brasil, para avaliar suas necessidades em matéria de ferramentas e tecnologias?

    Vocês acham que seria interessante desenvolver uma outra linha de ferramentas na escala da familia, como foco em produção doméstica?

    abcs,

    Fabio

     
  • 5 Comments sorted by
  • Complementando o e-mail anterior:

    Os princípios da Permacultura também apontam para uma produção "ultra intensiva", em especial nas zonas 1, 2 e 3. Esta produção intensiva, que otimiza a utilização do espaço, muitas vezes não permite utilização de maquinários pesados (tratores). Portanto, o desenvolvimento de ferramentas de menor escala é desejável.

    Será que não seria importante desenvolver uma versão "open source" de equipamentos como este:

    http://www.knapik.com.br/semeadeira_manual.htm

    abcs,

    Fabio
     
  • Olá,

    concordo sobre o que disse das necessidades da agricultura familiar brasileira, pequenas máquinas fariam o trabalho.

    No caso, você disse que um trator não é usado em plantio direto, pois não precisa mais manejar o solo, uma vez que o sistema de plantio direto esteja funcionando. Até onde aprendi, mesmo no plantio direto, após alguns anos (digamos de 7 em 7 ou 20 em 20), o solo se compacta e é preciso utilizar um subsolador.

    O que achei mais legal no OSE, é que com 1 trator, todas as atividades da fazenda podem ser realizadas, justamente pelo "real life LEGO". Com um trator, pode-se subsolar, arar, gradear, semear, adubar, fazer plantio direto, cultivo minimo, e, colher. Só são necessárias as plataformas para isso. 
    Acredito que é possível sim modificar o trator, colocando rodas mais finas por exemplo, para utilizar ele em plantio adensado, que é muito melhor. Ele simplesmente é personalizável!! É fantástico. Atualmente uma plantação de milho em determinada região precisa obedecer o espaçamento porque na região só tem 1 colhedora com espaçamento X... É complicado, OSE permite todos terem seu trator, e fazer qualquer coisa com ele.
    Para pequenas chácaras, seria realmente grande demais...
    Mas, dado o êxodo rural, as pessoas não querem mais trabalhar no campo, preferem muito mais a imundisse das cidades, e arranjar trabalhadores acaba sendo muito caro, por isso a venda de tratores de baixa potência a crédito está tão boa!

    Um parêntesis:
    Tudo que é feito OSE, utiliza ferramentas, por que estas não estão incluídas nas 50 GVCS? Se eu quero começar a fazer algo OSE, preciso comprar maquinas do mercado não OSE... é um paradoxo não?
     
  • Oi Alexander,

    Sem dúvida que trabalhar o solo é necessário, mesmo em plantio direto. Quando falo de arar estou me referindo ao trabalho do arado, seja de aiveica ou de disco, que "inverte" a primeira camada do solo. Isso é considerado prejudicial em solos tropicais. A subsolagem eventual é benéfica, para aerar e aumentar a retenção de água nos solos.

    Os tratores de hoje em dia já são bem multifuncionais, permitindo que se acoplem implementos diversos. Isso não é novidade do Lifetrac. E ainda quanto ao Lifetrac, acho que ele padece da mesmo problema que você citou em uma mensagem em outra discussão: Não tem o "design" moderno que muitos agricultores procuram, as vezes por simples questão de status. E com o financiamento do Programa "Mais Alimentos", está todo mundo de trator novo. Um trator "ultra-básico" como o Lifetrac não teria muito apelo de marqueting. Acho também que Lifetrac teria problemas para ser colocado no mercado com preços competitvos. Questões quanto ao atendimento da  legislação de segurança, trânsito e emissões me vêm à cabeça.

    Eu acho que o nicho para trabalhar com projetos open sorce no Brasil  são com máquinas que ficam entre o micro-trator e a enxada. Minha percepção é que os fabricantes não estão focando nesse público, e está difícil achar implementos para propriedades de pequena escala. O desafio estaria na aceitação dessas tecnologias pelo agricultor familiar.

    Quanto ao OSE, um projeto "Open source" tem de começar de algum lugar, a partir de uma
    base tecnológica já existente. As tecnologias abertas são criadas aos
    poucos, utilizando maquinas, ferramentas e matérias primas pré
    existentes. Ao longo do tempo, estas maquinas e ferramentas
    convencionais seriam substituidas pelas suas similares open source.

    O principal problema é decidir por onde começar. Na minha opinião, as 50 GVCS não foram escolhidas segundo um processo claro e transparente. E isso não está sendo bem trabalhado pela liderança (Marcin e outros). Isso, é claro,  não invalida a idéia geral da OSE, que é muito boa. Mas tem servido de base para críticas da parte de muita gente boa e interessada.

    De qualquer forma,  se tiver interesse em discutir uma nova lista de prioridades mais adequada ao caso brasileiro, conte comigo. Sou engenheiro mecânico, então questões técnicas nessa área não serão problema. Tenho também espaço de sobra na chacara para construir o que for preciso.
    abraço,

    Fabio


     
  • (Entiendo la conversación en portugues, y aunque podría intentar escribir en portugues, creo que mis palabras saldrán más comprensibles en español. ¿Funciona que escribo en español?)

    (Veo que la conversación es del año pasado, así que tal vez avanzaron mientras tanto.)

    1- El area de tecnologia apropiada tiene una historia lleno de maquinas y técnicas muy útiles a escala familiar. En este sentido, creo que lo nuevo del GVCS -- sus dos aspectos más importantes -- es usar el Internet para comunicar durante el desarrollo de las máquinas, y hacer las máquinas con partes intercambiables. Así que podríamos usar la plataforma web de GVCS (que no está muy desarrollada hasta ahora) y las redes de personas interesadas podrian desarrollar herramientas pequeñas y mejorar las herramientas que ya están en Appropedia y las que ya están en los manos de campesinos. Repito: de mi punto de vista, el GVCS no es un tractor y prensa de ladrillos, sino es un proyecto social posibilitado por el Internet (y hasta ahora realizado por grupos de personas en chacras). Al verlo así, me parece que el tractor es un ensayo del proyecto, una prueba para ver si este proyecto social funciona. Otra vista para pensar: el GVCS/OSE es un proyecto para cambiar la cultura hacia maquinaria libre, parecido al proyecto de software libre (para hacer funcionar nuestra capacidad de compartir).

    2- El año pasado visité a Teknycampo en Argentina -- es un taller que fabrica herramientas para agricultura a escala familiar. Dialogué con Andres Staringer, y él me dijo que hay una gran falta de herramientas a esa escala en Argentina, peor que en Brasil, y que él está dispuesto a compartir sus diseños por Internet y enseñar cursos en otros paises. Así que es un ejemplo de lo que digo en #1: Teknycampo ya fabrica algunas herramientas, y ahora podriamos poner los diseños en Internet para difundirlos más y acelerar su evolución. Hay una entrevista de 50 minutos con Andres en
    .

    3- A veces pienso en "¿Cómo podría ser el GVCS una cosa peligrosa?" Imagino que si ponemos muchos más tractores sobre esta tierra, y los humanos usan esos tractores sin entender la permacultura / agroecología, van a dañar mucho, y el GVCS tendrá efecto inverso a lo deseado. Entonces, propongo difundir el GVCS únicamente como parte de un conjunto que incluye la permacultura, bioregionalismo, economia solidaria, liberación ecologico-social, etc. También quiero que el GVCS no solo se difunda así, sino también lo desarrollamos en ese contexto. Tal vez una relación con las escuelas de agroecologia del MST sería inteligente para hacer un GVCS más apto para agricultura familiar Brasilera.

    4- Arado de subsuelo también puede injeccionar un liquido de "té de compost" y "biochar" para fortalecer el suelo vivo.

    5- Estamos organizando un curso para fabricar un LifeTrac en Ecovilla Gaia, cerca de Buenos Aires, en Septiembre/Octubre de este año. Como dije, me interesa que el curso incluye también un contexto de ecología y liberación, cual incluye un proceso de definir ¿Cuáles son las tecnologias apripiadas en nuestras comunidades? "Nuestras comunidades" serían las comunidades de los participantes en el evento. Es un proyecto abierto, y ustedes están bienvenidos a participar -- me gustaría mucho! Creo que algunos de los grupos de la Via Campesina podrian aportar mucho al proceso de elegir y diseñar tecnologias apropiadas. Si haya posibilidad de coordinar el curso en Ecovilla Gaia con actividades de OSE Brasil, creo que sería inteligente tejer las conexiones regionales.

    6- El grupo de OSE Argentina se comunica por una lista de email oseargentina@librelist.com y por Facebook https://www.facebook.com/groups/OSE.ARG/ y van a hacer su primer reunión el 30 de junio en Buenos Aires.

    saludos,
    Patrick
     
  • Olá Patrick,

    Não há nenhum problema em escrever em espanhol, entendemos perfeitamente!

    Aqui em Brasilia está ocorrendo um movimento interessante, tanto do ponto de vista de organização de permacultores em rede, como um nascimento de uma cultura de desenvolvimento "open source". Eu tenho participado das duas iniciativas, mas descobri que não é fácil aproximar os dois grupos.

    Concordo com você que não faz sentido pensar em construir máquinas  "open source"  sem trabalhar o contexto onde elas serão empregadas. Infelizmente,  no meu caso e de outros permacultores que conheço, as máquinas do "GVCS"  não respondem às demandas imediatas que temos de ferramentas que possam auxiliar no aumento do rendimento do trabalho  no dia a dia de nossos sítios permaculturais. Tratores, por exemplo, não cabem em muitos dos sistemas super intensivos nos quais trabalhamos.

    Entendo  que foi criado um grupo  de discussão do OSE Brasil no Facebook (http://forum.opensourceecology.org/discussion/805/ose-brasil-grupo-no-facebook),  mas não tenho maiores detalhes, pois não uso esta ferramenta.

    Sempre que possível, poste também por aqui o que está acontecendo no OSE Argentina. 30 de junho está muito próximo, mas assim que for possível  vou tentar fazer uma visita à ecovilla Gaia.

    Abraço,

    Fabio

     

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